... Esses estranhos seres que, muitas vezes, consideramos uma parte de nós mas que nem sempre correspondem bem às pessoas que pensávamos conhecer.
Um dos grandes dilemas da minha existência é "quem raio são os meus amigos?!"
Ao longo dos anos tenho tido a sorte e o prazer de me cruzar e relacionar com milhares (se não forem milhões) de pessoas, e muitas delas passaram realmente a fazer parte da minha vida. Mas, ainda hoje, o mais difícil é perceber se essas pessoas são realmente quem mostram ser e se são realmente amigas.
Se há algo que não percebo, é a necessidade que alguns "amigos" têm de ver permanentemente os outros para que os consigam considerar "amigos". É ridículo! Será que uma pessoa não pode ficar alguns meses sem ver outra, e ao fim desses meses continuar a ser amiga? Ou será assim tão necessário falarmos uma vez por semana para continuarmos "amigos"? E será realmente sinal de amizade quando um "amigo" aborda outro agressivamente, do género "Se não me dizes nada a mim, também não te digo nada a ti!" ou "Falaste com outro, não falaste comigo", ou ainda "Tenho amigos que estão mais vezes comigo, por isso são melhores amigos que tu"? E depois tratam mal os amigos que já não são tão próximos, em detrimento dos novos. Inevitavelmente sinto que este tipo de amizades me persegue para onde quer que eu vá. Parecem aquelas amizades da primária, em que só é nosso amigo quem está connosco todos os dias e quem nos conta quantas vezes piou a andorinha que passou pela janela da sala. Isso não é ser Amigo, no verdadeiro sentido da palavra ou da relação.
Outra coisa que não percebo, é a dificuldade em aceitar que algumas amizades mudaram ou, simplesmente, deixaram de existir. As pessoas crescem, mudam, seguem caminhos completamente diferentes, conhecem novas pessoas com objectivos e filosofias de vida muito mais semelhantes aos nossos. Isso não quer dizer que deixemos de gostar das pessoas que fizeram parte do nosso passado, mas temos de aceitar que estas mudanças acontecem, e acontecem por um motivo natural. É a evolução de cada pessoa! Enfim, não vou entrar por aqui, se não perco-me. =)
Enfim, tenho muitos amigos e tenho a sorte de serem BONS amigos! Tenho amigos antigos e amigos novos, amigos mais próximos e amigos mais distantes. Tenho amigos de infância e amigos que só apareceram agora. Mas o principal é que tenho amigos. E não os trato mal, nem os persigo ou questiono quanto à sua lealdade, porque amigo que desconfia de amigo, não é amigo certamente.
Simplesmente fantástico.
ResponderEliminarÉ bom encontrar pessoas que têm uma perspectiva parecida com a nossa. Os amigos são criaturas estranhas e sim, fazem parte de quem nós somos. É pena existirem pessoas que consideramos amigos e que, no fundo, não o são. É pena, às vezes, conseguirmos ultrapassar situações de separação de alguns amigos e percebermos que esses amigos não ultrapassaram e nos desejam mal. Também é pena que amizades se percam por mal-entendidos ou por orgulhos demasiado rígidos.
Os amigos existem para se apoiarem, para estarem do lado uns dos outros. Se um amigo toma uma decisão ou vive uma situação da qual não nos põe a par, temos de respeitar. Temos de perceber que esse amigo pode necessitar de tempo e espaço para enfrentar a situação sozinho. Quando chegar a altura certa, ele há-de partilhar. Não podemos ser egoístas ao ponto de querer saber tudo, porque nem tudo nos pertence.
Enfim ... gostei muito. Parabéns!
este texto esta extremamente bem escrito!
ResponderEliminaradorei!! =)
Muito obrigada a ambas. São pequenos desabafos que sei serem partilhados por muitos.
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