terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O (E)stado em que isto anda

... é de deixar qualquer pessoa maluca!

Agora querem fazer manifestações em Portugal! Eu acho uma óptima ideia. Infelizmente não acredito minimamente que vá surtir algum efeito. Nós, descobridores lusos, não temos nada de revolucionários. O que isto precisava era de um abanão tão grande que mostrasse aos jovens todos o que foi o 25 de Abril. Levávamos assim um susto que só nos fazia era bem. Mas parece-me que teremos de ficar-nos pelas manifestações pacíficas à espera que o Sr. Primeiro Ministro resolva desligar o aparelho para nem um zumbido ouvir. Enfim ... veremos!

Falando mal do (E)stado das coisas ... isto em Portugal funciona tudo mal, não funciona? É que só visto! Ontem dirigi-me ao Hospital Publico da cidade de (piiiiii) com uma amiga que tinha um pequeno "problemazito" no ventre para resolver. (Eu, pessoalmente, jamais faria uma interrupção voluntária da gravidez, mas acho muito bem que as pessoas o façam se é essa a sua vontade e se as condições não são as melhores). Quando lá chegámos, encaminharam-nos para o piso X para falar com a Sra. Tal. Explicada a situação, a Sra. Tal responde que em (piiiii) há poucos médicos e a maior parte são objectores de consciência, como tal, é necessária uma deslocação à capital lusa (CAPITAL LUSA???????????????) para poder ser realizado o procedimento. Mas antes disso, ainda teremos de voltar lá para uma consulta para confirmar a decisão. (Se fomos lá a primeira vez, a decisão tava tomado, certo?!?!?!?!). Em seguida ainda ouvimos: "Como vêem a sala de espera está cheia e vá lá que hoje não está cá nenhuma em estado muito avançado". Beeeeem ... quando olhámos à nossa volta, a sala de espera estava cheia de senhoras que estavam à espera da tal consulta (assim muito friamente, uma fila de espera de grávidas para abortar). Verdade seja dita, vê-se de tudo: desde raparigas jovens com os namorados, que dizem "vamos lá despachar isto que já tou farta"; casais com caras entristecidas porque provavelmente até gostariam de ter o bebé mas não é o momento; senhoras que aparentemente fizeram um desviozito a caminho do trabalho para irem ali um instante; mulheres submissas que levam um abutre atrás que não as deixa falar e trata de tudo sozinho; mulheres acompanhadas por outras mulheres, com botas altíssimas, roupas estranhas e maquilhagem a mais. Bem resumido?? GOD!

Tenho algumas questões, então:
1ª- Se foi legalizado, como é que não se faz o procedimento no hospital distrital? (Se foi legalizado, o serviço tem de ser garantido! Ou agora porque os médicos não concordam, também não podemos ser operados aos olhos, aos ossos ou à pele?)
2ª- Se a situação estiver "avançada", como é que se resolve? 
3ª- Se é necessária uma deslocação de centenas de Km, quem paga a deslocação?
4ª- Mas que raio se passa nos hospitais públicos? 

Viemos embora. Para a semana lá voltaremos. Seja para o que for, amiga, estou contigo.

5 comentários:

  1. olá rebelde!
    acho que tens razão. que os serviços não são grande coisa.
    mas quanto a fazer um aborto (que corresponde a matar uma pessoa a troco de nada, caso não haja doença grave da mãe ou da criança), há quem ache que não tem de o fazer. o médico dedica-se à vida, não à morte.
    alguns não se importarão. fica nas mãos deles.

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  2. Olá António.
    Compreendo perfeitamente a opinião, quer a tua quer a dos médicos. Afinal, o direito de escola vale para ambos os lados. A minha questão é: se legalizaram essa intervenção médica, como é que é possível que as pessoas que necessitam de recorrer a ela não possam usufruir desse "serviço" (chamemos-lhe assim)? É essa discrepância entre legalidade a aplicação que me confunde bastante.

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  3. percebo-te. e concordo. mas reconheço que o "serviço" não deixa de ser prestado... tem é de o ser noutro sítio que não a vossa cidade...
    há algumas intervenções cirúrgicas (por exemplo) que, por serem específicas, só são feitas em determinados hospitais. de certo modo, esta é uma intervenção específica.
    a tua amiga não vê alternativa?

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  4. Já encontrou outra solução. Veremos.
    Uma vez mais, obrigada pelas opiniões. Serás sempre bem vindo.

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  5. obrigado rebelde!
    eu ficaria com a criança...
    mas isso... sou eu, já velho e cansado ;P
    coisa que uma jovem em início de vida não parece colocar como opção...

    dispõe também.

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